3.1.10

swing on the spiral

sentada na minha cama, costas direitas, um cigarro entre os dedos.
o fumo baila em minha volta, sinuoso, alegre.
fecho os olhos e contemplo a imensidão do negrume.
abstraio-me na espiral destes meus pensamentos oriundos de nenhures.
começo a ondular, com o vento, com as ondas, com a terra, com o fumo, com a espiral.
e só quando estou plenamente absorta do mundo (ou talvez plenamente consciente), penso com clareza.
não é precisa a dietilamida do ácido lisérgico para a descoberta de verdades absolutas, para o contacto com Eles.
este manto de realização absoluta que cai sobre mim, terna ebriedade, doces alucinações.

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